Fazer refletir no texto o contexto sem, entretanto, usar o pretexto de textualizar sem contextualizar - Laércio Castro

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Brasil: 10 anos = 60 mil desastres naturais = 7,5 milhões de pessoas sem casas


Uma década de descaso por parte do governo, aliado a eventos climáticos cada vez mais intensos, deixou 7,5 milhões de brasileiros sem casas, com prejuízos econômicos, físicos ou psicológicos. A ideia de um Brasil abençoado por Deus e sem desastres naturais dificilmente resistiria às provas dos números apresentados na segunda-feira pela Organização das Nações Unidas (ONU), que apontam que entre 2000 e 2010 60 catástrofes naturais afetaram o País, com prejuízos bilionários.

Para a ONU, tudo indica que os desastres meteorológicos vão aumentar com o aquecimento do planeta nos próximos anos. "A preparação para desastres não é optativa para os governos. É uma obrigação perante os cidadãos", diz Margareta Wahlstrom, representante da ONU para a Redução de Desastres.

 A entidade usa os números da década para apontar que o governo não poderia alegar que se "surpreendeu" com as chuvas na região serrana do Rio. "É surpreendente que o Brasil não esteja mais preparado para algo que ocorre com tanta frequência", afirmou Debarati Guha-Sapir, diretora do Centro de Investigação sobre a Epidemiologia dos Desastres, que trabalha com a ONU.

 Os dados não incluem as enchentes e os deslizamentos de terra deste ano. Mesmo assim, chamam a atenção dos especialistas. Foram em média seis desastres naturais que atingiram o Brasil por ano na década, número considerado alto. Seis secas atingiram 2 milhões de pessoas; 37 enchentes deixaram 4,5 milhões de vítimas, incluindo 1,2 mil mortos. Outros cinco deslizamentos de terra mataram 162 pessoas e afetaram 149.

 Cinco tempestades ainda atingiram 15,7 mil pessoas e deixaram 26 mortos. Epidemias afetaram 606 brasileiros e mataram 203 nos últimos dez anos. Houve ainda um terremoto que, apesar de não deixar mortos, afetou 286 pessoas. A ONU contabiliza até três incidentes de temperaturas extremas que mataram 39 pessoas. 

"Se um governo quer salvar vidas, precisa estar preparado para reagir", afirma Wahlstrom. "Um sistema de alerta precisa ser estabelecido." Ela ainda defende investimentos em infraestrutura e conscientização de que planejamento urbano será fundamental. "O que mata não é água. É o prédio que cai." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

........................
Diante desses dados desoladores, o que nos preocupa em Imperatriz e nos demais 216 municípios do  Maranhão é a atuação dos "governos-bombeiros" que chegam depois que o incêndio se alastrou. A coisa funciona como nos filmes americanos de ação: depois que houve destruição e mortes e tudo se aquietou, aparecem 20 carros de polícia e cercam o local. e o filme termina. Até quando vamos ver governos e mais governos entrando e saindo, sem planejamento urbano ou apenas com o planejamento? Cuidar do Estado ou de  municípios é cuidar de pessoas e não de coisas. Parece óbvio, mas, tem que lembrar, sempre.

Pensando nos   exercícios  que as equipes da Infraero, Corpo de Bombeiros, Samu, Polícias e outros fazem regularmente,  simulando acidentes com aeronaves no aeroporto, visando saber agir em casos reais, penso que a Defesa Civil e outras secretarias afins, deveriam se preparar em suas localidades para saber agir quando necessário, diante de cada realiadade que, repetidas vezes, acontece nos bairros das cidades, aonde fica a impressão de que os órgãos públicos sempre estão agindo como se fosse a primeira vez.

Como disse o articulista, acima: "Se um governo quer salvar vidas, precisa estar preparado para reagir". Isso não pode ser opção, deve ser compromisso de governo com o povo que o elegeu para ser protegido.